Crescimento de 51,7% na demanda das UTEs foi o principal impacto no resultado compilado pela Abegás
O consumo de gás natural no Brasil atingiu 76 milhões de metros cúbicos/dia na média acumulada em 2021, aumento de 28,8% na comparação com o ano anterior, quando foram consumidos 59 milhões de m³ ao dia, informa o boletim mensal compilado pela Abegás. O resultado é atribuído principalmente a alta de 51,7% na demanda das usinas termelétricas, que totalizou exatos 33,9 milhões de m³ por dia.
O segmento industrial apresentou incremento de 15% e chegando a 29,5 milhões de m³/dia. Todos os demais ramos de atividade tiveram movimento ascendente, com destaque para recuperação do consumo de GNV, com 15,4%, e do segmento comercial, com 15,5%. Já a demanda do setor residencial avançou 2,7%.
De acordo com a entidade, o conflito deflagrado no leste europeu entre Rússia e Ucrânia poderá levar a impactos no custo do gás natural no mercado internacional. Este ponto deve servir de alerta para que o Brasil reduza sua exposição à importação de GNL e invista em políticas públicas que estimulem os investimentos em rotas de escoamento, unidades de processamento, gasodutos de transporte e termelétricas inflexíveis na base do sistema elétrico.
“Com imensas reservas de gás natural no Pré-Sal o Brasil vem devolvendo praticamente metade do que produz, numa reinjeção que tem ultrapassado os 60 milhões de metros cúbicos diários, isso equivale ao dobro do consumo industrial brasileiro”, diz a associação em nota.
Em dezembro o número de unidades consumidoras do insumo alcançou a marca dos quatro milhões — número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo. Hoje a rede de distribuição espalhada pelo país chega a 40 mil quilômetros, número duplicado em 11 anos em função dos investimentos das distribuidoras.
Entre os resultados compilados no último mês do ano passado, destaque para a alta de 14,7% no segmento comercial, além dos incrementos na indústria e nas residências. Por outro lado a atividade de cogeração teve uma queda de 6,5% e os despachos termelétricos diminuíram em quase 29%, devido a melhoria das condições hidrológicas para operação das hidrelétricas.
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